30, 40 ou 50 anos



Você está se levando muito a sério, disse minha psicanalista. Olhei para ela e pensei, como a gente deixa esse tipo de coisa acontecer. Parece que foi ontem que tudo que eu planejava era chegar até o fim de semana.

Não perdia o sono, não sabia o que era ansiedade, muito menos perceber um desânimo, e não entender de onde vem esse peso que nos afunda.


Durante muito tempo eu consumia a vida. E quando me dei conta é a vida que me consome. São prazos, cobranças, mais contas do que dinheiro, falta de paciência, saco cheio, intolerância, um bufar constante. Passei a não me aguentar, porque não aguentava mais o pouco do muito que me rodeava.


É complexo. Mas quem já passou por isso sabe o que é. A gente se sente muito jovem ou nem pensa no momento porque está ocupado demais em viver. Não ser careta, certinho, não tem nada a ver com ser porra louca. Eu apenas percebi muito cedo que tinha mundo demais, tinha gente demais, tinha vida demais para conhecer e desbravar por aí.


Então, você se depara com o mestre dos clichês: a vida é feita de escolhas. E quando você olha tem 40 anos. E entra em crise porque não sabe se fez as escolhas certas. E começa a contestar se tudo o que fez valeu a pena. E se pergunta quando você começou a ficar tão chato. E olha para os lados e pensa, de onde veio esse medo da vida?


Tudo começa a ganhar uma proporção maior do que deveria. Você pensa que talvez, e só talvez, deveria ser a antítese da música dos Titãs. Amei muito, arrisquei muito, vi centenas de pores do sol, caguei para os problemas, morri de amor algumas vezes, aceitei sempre o que a vida me trouxe. E agora, José?


Agora todo mundo casou, teve filhos, comprou uma casa –ou duas–, se separou, casou de novo, foi promovido. E você continua sem saber o que fazer na semana seguinte.


Tomo um copo de água. Olho para a minha psicanalista, ela ri. De mim, claro. E começa a dizer o que a gente não deveria esquecer.


Quando começamos a olhar todos os problemas que surgem na vida adulta, focamos apenas em resolver o que nos traz o conforto imediato e não exatamente o que nos faz feliz. Chega uma hora que a gente resolve que chegou o momento de ter estabilidade na vida. Para a maioria essa urgência chega aos 30. Para outros aos 40, que são os novos 30 –só que não, exatamente.


Aos 30 você morre de tédio de pensar nessa monotonia da estabilidade. Mas aos 40 começa a acreditar que deveria ter engolido alguns sapos no trabalho e no amor, para não ter que pensar na semana que vem. E assim, ser infeliz para sempre.


Os paradoxos da vida. Quero tudo, mas não agora. Nem sempre as coisas acontecem quando queremos, principalmente para os adoradores da vida, para quem o tempo pode ser a qualquer hora. A gente precisa desarmar essa bomba prestes a explodir dentro de nós, que se chamam convenções, obrigações, chateações e olhar de novo apenas para o que nos dá prazer.


Quanto mais converso com o meu senhor Freud, mais me convenço de que estou tentando ser alguém que não sou –e nem preciso ser. Não sou o cara certinho, que planeja passo a passo o que vai acontecer amanhã. Não sou eu. Quanto mais quero prever o futuro, mais sofro com o presente. Quero usar a maturidade para viver a vida de uma forma mais adolescente, quando tudo que a gente mais faz é ser feliz, porque acredita que tem a adolescência pela vida afora.

Projeto Educacional


Projeto na área de Interesse- Tecnologia
Prof. Paulo Cesar
Título: Educação e Tecnologia
Introdução:

Atuando em setores ligados especificamente ao uso da tecnologia em nossas escolas, não podemos negar que e público e notório que a tecnologia está cada vez mais presente em nossas vidas. Desta maneira, é impossível pensar em educação e tecnologia como blocos totalmente distintos.  Ela se encaixa nos ideais de nossos educadores para uma aula mais enriquecedora e em contrapartida com o anseio de nossos alunos por aulas ministradas por nossos professores para que tragam para a sala de aula este meio tão presente em nosso cotidiano
Neste projeto vislumbro ideias e ações que possibilitem ao educador uma prática eficaz por meio dos projetos de aprendizagem aliados à tecnologia, não esquecendo de nosso principal aliadas: nossos próprios alunos e seus olhares curiosos para o que o mundo nos apresenta todos os dias.
Os instrumentos tecnológicos se fazem cada vez mais necessários para se viver, conviver e produzir na sociedade.  Como consequência, a escola deve trabalhar com ferramentas que preparem as novas gerações para a vida nesta sociedade informatizada e tecnológica.
Os instrumentos tecnológicos podem ser ferramentas eficazes para o desenvolvimento das competências e habilidades dos educandos, promovendo autonomia, autoconfiança, autoestima, autodeterminação, entre outros, que facilitarão a aprendizagem integral do aprendiz.
Sabe-se, entretanto, que as ferramentas tecnológicas, por si só, não promovem este desenvolvimento e aprendizagem integral. Para que se obtenha êxito nesta ação, é necessário que o educador desempenhe seu papel de maneira que seja mediador do processo de ensino e de aprendizagem, orientando, intervindo e auxiliando os educandos na construção de seus conhecimentos e no desenvolvimento de suas competências e habilidades, adequando a tecnologia às necessidades do projeto pedagógico, colocando-a a serviço de seus objetivos e nunca os determinando.
A inserção da tecnologia na prática escolar não visa resolver os problemas da educação que são de cunho social, político, econômico, ideológico e cultural. Visa proporcionar ao educando o contato, o conhecimento, a prática na utilização da tecnologia para que esteja apto a viver, conviver, conhecer e produzir na sociedade.
                                                                      OBJETIVOS GERAIS

· Promover uma educação voltada ao desenvolvimento humano;
·  Utilizar de forma criativa e inovadora as tecnologias digitais como via de desenvolvimento
potenciais;
·  Preparar as novas gerações para aprenderem a viver, conviver, a conhecer e a produzir na sociedade de informação;

· Promover a utilização da metodologia de projetos de aprendizagem em sala de aula, com a utilização das tecnologias digitais.
CONCEPÇÃO
A Educação e a aprendizagem do ser humano não ocorre sozinha, mas sim, por meio de interações, dentro de um contexto social.  No entanto, não se pode pensar que, por ocorrerem desta maneira elas sejam produzidas por terceiros, ou seja, por outros que educam.
A educação e a aprendizagem ocorrem conforme se interage com o outro, à medida que transforma sua dependência e sua incompetência em autonomia e capacidade, podendo definir por conta própria um projeto de vida e de transformá-lo em realidade.
A aprendizagem não é produzida pela ação de terceiros, porém não se produz de maneira independente, sem a interferência de outro.
O educador deve ter como objetivo o desenvolvimento da autonomia e a construção da competência por parte do próprio educando.
O projeto Educação e Tecnologia tem como conceito a educação para o desenvolvimento humano, com foco no educando e em seu desenvolvimento, reconhecendo que este se dá por meio de um contexto social e interativo.
Quando os educandos se envolvem em projetos de aprendizagem de sua escolha com base em seus interesses, ocorre uma aprendizagem significativa pelas seguintes razões:
             A aprendizagem é o principal mecanismo pelo qual o ser humano projeta e constrói a própria vida;
             O educando é incentivado a explorar e investigar seus interesses e o educador é responsável por encontrar maneiras de tornar a atividade do educando útil no desenvolvimento das competências básicas;
             A aprendizagem não é algo passivo, desinteressante; é ativa e significativa. O educando possui um envolvimento ativo, não só na elaboração dos seus projetos de aprendizagem, como também na sua implementação e avaliação;
             Estabelece uma estreita relação entre a aprendizagem que acontece na escola e na vida e a experiência do educando, reconstituindo o vínculo entre seus processos cognitivos e seus processos vitais;
             Não acredita que todos devam aprender as mesmas coisas, pelos mesmos métodos, nos mesmos ritmos e nos mesmos momentos;
             Evita que o objetivo da educação seja a absorção de grandes quantidades de informação (fatos, conceitos, princípios, valores, procedimentos) e que o aprender seja visto como o subproduto esperado da ação do educador;
             A tecnologia digital é parte integrante e indissociável pelo fato de ser um espaço efetivo para interação, aprendizagem colaborativa, disseminação de processos e resultados.
EIXOS TEMÁTICOS
             Projetos de aprendizagem;
             Formação do aluno pesquisador;
             Formação do orientador de Educação e Tecnologia, dos educadores, gestores e coordenadores;
             Competências e habilidades;
             Avaliação.
RESULTADO ESPERADO
             . Desenvolvimento das competências e habilidades.
             Melhoria do desempenho dos educandos.
ABRANGÊNCIA DO PROJETO
             Público alvo
Educandos da Educação Fundamental e Médio de nossas escolas

             Duração
Ano letivo de 2020 com possíveis correções de melhoria para anos subsequente

PLANO DE AÇÃO
             Formação
Os orientadores de Educação e Tecnologia receberão formação em serviço para a aplicação e metodologia do projeto nas Unidades Escolares e suas ações serão acompanhadas ao longo do processo (ano letivo de 2020) Estes orientadores poderão ser escolhidos pela própria escola sendo fundamental a parceria com alunos do fundamental e médio ( 2 alunos por serie)

             Multiplicação da metodologia
Os orientadores de Educação e Tecnologia serão multiplicadores da metodologia nas Unidades Escolares, apresentando e mobilizando todos educadores para a aplicação do projeto.

             Desenvolvimento
- Responsabilidade do Orientador de Educação e Tecnologia:
Em parceria com os atores envolvidos no processo (gestor, coordenador, educadores e educandos), o orientador de Educação e Tecnologia deverá:
1.            Trabalhar com os projetos de aprendizagem, mantendo o foco constante no desenvolvimento dos potenciais dos alunos, orientando –os e intervindo em suas ações quando necessário;
2.            Aperfeiçoar-se na gestão eficiente do seu tempo;
3.            Proporcionar espaços diversos para a aplicação dos projetos de aprendizagem;
4.            Empenhar-se para que os alunos não desanimem nem se desviem dos objetivos propostos;
5.            Fortalecer o vínculo com os alunos
6.            Manter um clima de empenho e mobilização do grupo;
7.            Respeitar a identidade dos educandos e de todos os envolvidos no projeto;
8.            Registrar todo o processo em seu Diário de Bordo;
9.            Contribuir ao máximo para a transformação da escola

- Responsabilidade do diretor e coordenador pedagógico:

  Os gestores e coordenadores devem participar ativamente de todo o processo e:
1.       Apoiar os educadores da escola para a viabilização do desenvolvimento da metodologia de projetos de aprendizagem;

2.      Orientar os educadores nas questões pedagógicas pertinentes que facilitem a implantação da metodologia de projetos de aprendizagem;

3.      Mobilizar todos os educadores para que trabalhem com a metodologia de projetos de aprendizagem;

4.      Apoiar a flexibilização da grade curricular em relação a horários e conteúdos, de modo a permitir que os educadores da escola possam trabalhar com o projeto;

5.      Explicar aos pais dos educados a importância de se trabalhar com os projetos de aprendizagem;

6.      Acompanhar o trabalho dos educadores e orientadores.
             Avaliação



A avaliação deve ser realizada permanentemente. Não se avaliará conteúdos, mas sim as competências e habilidades desenvolvidas de cada educando.

Deverá ser realizada a autoavaliação do educando e do educador.

             Produto Final:
      Diário de Bordo (Blog) dos educandos;

      Diário de Bordo (Blog) dos educadores/orientadores de Educação e Tecnologia.

METODOLOGIA

A metodologia do Projeto Educação e Tecnologia está estruturada em três ações intrinsecamente relacionadas:
1. A pergunta (desafio)
Momento em que os alunos manifestam as suas inquietações, as suas curiosidades frente a uma temática específica. Para que essa curiosidade possa ser investigada, os alunos têm o desafio de elaborar uma pergunta.
2. A resposta (pesquisa);
Nesta etapa acontecerá todo o processo de coleta e seleção de dados, análise e conclusão da pesquisa. É quando os alunos procuram respostas para as perguntas que os inquietem.
3. Avaliação das ações.
A  avaliação é fundamental no processo de aprendizagem do aluno e deverá acontecer de forma contínua e sistemática. O mais importante não é avaliar a aquisição de conhecimentos, mas, sim, as competências e habilidades que os alunos desenvolvam durante todo o processo.
O orientador de Educação e Tecnologia deve avaliar constantemente sua prática pedagógica. O foco da prática reflexiva será a qualidade das intervenções, no que diz respeito à observação do processo de construção do conhecimento, à habilidade de perguntar, à negociação de significados com o grupo de alunos e ao papel de promover interações para a aprendizagem.
REGISTRO
Todas as etapas realizadas pelos educandos devem ser registradas em um portfólio e em um Diário de Bordo (blog).
Os orientadores de Educação e Tecnologia e os educadores devem fazer o registro de sua prática diariamente no seu Diário de Bordo.
ACOMPANHAMENTO DO PROJETO
As ações realizadas pelo orientador de Educação e Tecnologia serão acompanhadas durante todo o período de aplicação pelo PCNP de Tecnologia que dará as orientações necessárias para o andamento adequado do projeto.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

INSTITUTO AYRTON SENNA. Sua Escola a 2000 por Hora – Educação para o desenvolvimento humano pela tecnologia digital. São Paulo: Instituto Ayrton Senna/Saraiva,2004.-


Professor Paulo Cesar